Queimadura é uma das maiores agressões a qual a pele e
mucosas humanas podem ser expostas. Elas podem interferir no funcionamento do
organismo e constituir risco de vida para o paciente.
As queimaduras podem ser classificadas de acordo com sua
extensão e profundidade. Pela extensão, o que se calcula é a área de superfície
corporal queimada, sendo que cada membro e região do corpo representa uma
porcentagem do total. Levando em consideração a profundidade, a queimadura é
classificada pelo grau de destruição celular: primeiro grau, segundo grau e
terceiro grau.
O tratamento imediato
de qualquer queimadura deve ser hospitalar, sob supervisão de cirurgião
plástico e com o apoio de equipe multidisciplinar. No início do tratamento, o
cirurgião aplica curativo e medicamentos para evitar infecções e o agravamento
das cicatrizes. Paralelamente, o paciente precisa ser bem hidratado e ter a
alimentação reforçada.
Após a fase inicial,
que pode durar 30 dias ou mais, vem o período de massagens e de aguardar o
tempo necessário para que haja maturação das cicatrizes remanescentes. Em
seguida, o cirurgião avaliará o que se pode fazer para melhorar as cicatrizes
residuais que estarão situadas nas áreas onde houve queimadura de terceiro
grau, pois queimaduras de 1º grau não deixam cicatrizes e as de segundo grau,
quando profundas, deixarão leves marcas ou alteração da coloração da pele.
Tipos de cirurgia
Existem duas categorias principais de cirurgia plástica para
queimaduras: aguda e reconstrutiva. O tratamento agudo ocorre imediatamente
após a lesão. Já as queimaduras mais acentuadas muitas vezes requerem uma
internação e tratamento ambulatorial, em alguns casos. O principal objetivo da
cirurgia é melhorar tanto a função quanto a aparência das cicatrizes.
“A terapia cirúrgica consiste, principalmente, em
procedimentos de liberação da cicatriz. Uma vez que uma cicatriz apertada é
liberada, a abertura na pele deve ser reparada e o cirurgião plástico utiliza
uma variedade de técnicas para fechar essas feridas”, afirma o Dr. Fábio
Malzone, cirurgião plástico que possui título de especialista pela Sociedade
Brasileira de Cirurgia Plástica.
De acordo com o Dr. Malzone, os enxertos de pele e as abas
mais complexas podem ser necessários, dependendo da localização da cicatriz e
do resultado desejado. A maioria dos procedimentos menores é executada como
cirurgia de ambulatório, mas os enxertos e retalhos maiores provavelmente
exigem uma internação.
Indicações
Cicatrizes de queimaduras geralmente não são completamente
removidas, mas podem melhorar a aparência depois de determinados procedimentos.
“Se a cicatriz limita o movimento normal do pescoço, ombros, mãos ou pernas, os
processos de liberação de contraturas das cicatrizes podem ser muito benéficos.
As cicatrizes que prejudicam as pálpebras, lábios, nariz ou perda de cabelo
também podem ser tratadas e ganharem ótimos resultados. Já às cicatrizes mais
complexas, largas ou descoloridas podem ser melhoradas através de uma variedade
de métodos cirúrgicos”, explica o Dr. Fábio Malzone .
Neste processo, a comunicação entre cirurgião plástico e
paciente é fundamental para que os objetivos da cirurgia sejam alcançados. É
importante que paciente e cirurgião cheguem a um entendimento sobre o que
esperar do procedimento e os benefícios em longo prazo. “A cirurgia plástica
dispõe de inúmeros recursos técnicos para a correção e reparação de
queimaduras, mas é preciso que o cirurgião e o paciente considerem juntos as prioridades,
já que na maioria das vezes são necessárias mais de duas cirurgias para se
alcançar um bom resultado”, finaliza o Dr. Malzone.
Fonte: Dr. Fábio
Malzone (CRM-SP: 63974), cirurgião plástico com título de especialista pela
Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).