quarta-feira, 10 de junho de 2015

O que é padrão na beleza?



Uma recente pesquisa encomendada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica ao Datafolha mostra dados preocupantes. Entre setembro de 2007 e agosto de 2008, foram realizadas 1252 cirurgias estéticas por dia no Brasil. Em um ano, foram 547 mil procedimentos somente desta espécie. E mais: os procedimentos são 69% estéticos contra 31% dos reparadores. Isto comprova que tem mais gente preocupada em modificar de vez a aparência do que corrigir algum pequeno defeito.

O Brasil é hoje o segundo colocado no ranking de países que mais fazem cirurgias plásticas no mundo. Só perde para os Estados Unidos. Os procedimentos são realizados tanto em homens quanto em mulheres, mas elas são as campeãs absolutas na hora do bisturi. As cirurgias estão cada vez mais baratas e acessíveis a toda a população. Por isso, os números só aumentam.

Estes dados comprovam que nossas convenções estão se modificando. A mulher brasileira está cedendo a um modelo estético que não é o seu. Os padrões de beleza estão se modificando, nem sempre para o bem. Na verdade, hoje existem dois tipos de padrão: o das modelos (altas, magras e longilíneas) e o do exagero (mulheres que querem ter, por exemplo, peitos, bunda e coxas enormes). O meio termo entre estes dois extremos é considerado fora dos padrões.

O corpo da mulher brasileira sempre foi visto como um dos mais bonitos do mundo. Não somos como as europeias e as americanas. Temos curvas, quadril e bunda. Mas tudo isso foi deixado de lado por muita gente e também pela mídia. O que vale é ser jovem, magérrima, ter cabelo liso, peitos grandes etc. Querer cuidar da aparência é uma coisa boa e saudável. Mas querer se transformar em algo que não é pode ser muito perigoso.

É daí que vêm exemplos absurdos. São pessoas que querem tanto atingir um dos padrões que exageram e acabam doentes. E temos muitos exemplos dessas doenças, como a anorexia, a bulimia e problemas causados pelo uso de anabolizantes por aquelas que querem o corpo mais exagerado. Fora as cirurgias mal realizadas, que deixam sequelas e podem levar à morte. Será que tudo isso vale à pena em prol de um ideal que na verdade não existe?


É muito válido querer cuidar da aparência. Mas só se for de forma saudável. Faça exercícios sem exageros e se alimente de forma equilibrada. Isto já é um bom começo para cuidar de sua beleza. Tratamentos estéticos também são importantes. Mas não entre na roda viva do exagero. Cuide do que você tem. Destaque suas qualidades e melhore seus “defeitos”. Se precisar apelar para alguma cirurgia plástica - estética ou reparadora - siga em frente, mas mantenha o foco. Tenha em mente que não é bonito ser uma “mulher construída”. O padrão que tem que valer é o da naturalidade. 

 Fonte- Cirurgião Plástico Fábio Malzone (CRM – 63974).

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