Uma recente
pesquisa encomendada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica ao
Datafolha mostra dados preocupantes. Entre setembro de 2007 e agosto de 2008,
foram realizadas 1252 cirurgias estéticas por dia no Brasil. Em um ano, foram
547 mil procedimentos somente desta espécie. E mais: os procedimentos são 69%
estéticos contra 31% dos reparadores. Isto comprova que tem mais gente
preocupada em modificar de vez a aparência do que corrigir algum pequeno
defeito.
O Brasil é hoje
o segundo colocado no ranking de países que mais fazem cirurgias plásticas no
mundo. Só perde para os Estados Unidos. Os procedimentos são realizados tanto
em homens quanto em mulheres, mas elas são as campeãs absolutas na hora do
bisturi. As cirurgias estão cada vez mais baratas e acessíveis a toda a
população. Por isso, os números só aumentam.
Estes dados
comprovam que nossas convenções estão se modificando. A mulher brasileira está
cedendo a um modelo estético que não é o seu. Os padrões de beleza estão se
modificando, nem sempre para o bem. Na verdade, hoje existem dois tipos de
padrão: o das modelos (altas, magras e longilíneas) e o do exagero (mulheres
que querem ter, por exemplo, peitos, bunda e coxas enormes). O meio termo entre
estes dois extremos é considerado fora dos padrões.
O corpo da
mulher brasileira sempre foi visto como um dos mais bonitos do mundo. Não somos
como as europeias e as americanas. Temos curvas, quadril e bunda. Mas tudo isso
foi deixado de lado por muita gente e também pela mídia. O que vale é ser
jovem, magérrima, ter cabelo liso, peitos grandes etc. Querer cuidar da
aparência é uma coisa boa e saudável. Mas querer se transformar em algo que não
é pode ser muito perigoso.
É daí que vêm
exemplos absurdos. São pessoas que querem tanto atingir um dos padrões que
exageram e acabam doentes. E temos muitos exemplos dessas doenças, como a
anorexia, a bulimia e problemas causados pelo uso de anabolizantes por aquelas
que querem o corpo mais exagerado. Fora as cirurgias mal realizadas, que deixam
sequelas e podem levar à morte. Será que tudo isso vale à pena em prol de um ideal
que na verdade não existe?
É muito
válido querer cuidar da aparência. Mas só se for de forma saudável. Faça
exercícios sem exageros e se alimente de forma equilibrada. Isto já é um bom
começo para cuidar de sua beleza. Tratamentos estéticos também são importantes.
Mas não entre na roda viva do exagero. Cuide do que você tem. Destaque suas
qualidades e melhore seus “defeitos”. Se precisar apelar para alguma cirurgia
plástica - estética ou reparadora - siga em frente, mas mantenha o foco. Tenha
em mente que não é bonito ser uma “mulher construída”. O padrão que tem que
valer é o da naturalidade.
Fonte- Cirurgião Plástico Fábio Malzone (CRM – 63974).
Fonte- Cirurgião Plástico Fábio Malzone (CRM – 63974).
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