A percepção de si mesmo é o que dá a identidade e o
reconhecimento do self. A partir da ideia de que o ego inicialmente é
totalmente corporal (FREUD,1923/1980) e que ao longo do desenvolvimento humano,
o corpo continua ocupando forte relação com o psiquismo, a cirurgia plástica
pode ser entendida como uma saída para a insatisfação e o desequilíbrio da
conexão corpo e mente.
A pressão externa, através da mídia e dos padrões de beleza,
acaba mobilizando o indivíduo em sua percepção de si e, concomitantemente, na
sua auto-estima. Atualmente, as relações entre as pessoas estão cada vez mais
efêmeras, sendo a aparência, ou seja, a impressão física, um importante
elemento de julgamento nas interações sociais. O comportamento se estrutura no
que é considerado mais belo ou menos belo. Assim, a beleza passa a ser um valor
social que pode garantir sucessos ou fracassos, tanto nas relações
interpessoais quanto na vida profissional.
Para algumas pessoas, a cirurgia plástica estética é um
caminho encontrado para triunfar sobre o opressor poder da má formação,
melhorar a imagem social e aumentar a autoestima. Por sua vez, tem a capacidade
de oferecer uma nova aparência ao indivíduo e garantir um lugar na sociedade.
O objetivo deste estudo é compreender a relação da cirurgia
plástica estética com o funcionamento psíquico. Além disso, busca verificar as
motivações relacionadas à procura desse método de transformação corporal e
avaliar seus efeitos nas relações sexuais e interpessoais, bem como na
autoestima e na autoimagem do indivíduo.
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