segunda-feira, 29 de junho de 2015

O posicionamento da doutrina nacional e estrangeira









































A respeito do tema, Miguel Kfouri Neto – Desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná, e um dos maiores expoentes do Direito Médico nacional – diz em sua obra Responsabilidade Civil do Médico [4]:


“Não há dúvida que a cirurgia plástica integra-se normalmente ao universo do tratamento médico e não deve ser considerada uma “cirurgia de luxo” ou mero capricho de quem a ela se submete”. Dificilmente um paciente busca a cirurgia estética com absoluta leviandade e sem real necessidade, ao menos de ordem psíquica. Para ele, a solução dessa imperfeição física assume um significado relevante no âmbito de sua psique – daí se pode falar, ainda que em termos brandos, como afirma Avecone – de “Estado Patológico”.Mais adiante, continua:


"Em qualquer situação, também ao cirurgião plástico é possível demonstrar a interferência – no desencadeamento do resultado danoso – de fatores imprevisíveis e imponderáveis, devidos a aspectos subjacentes à saúde do paciente, que o médico não conhecia, nem podia conhecer, mesmo agindo com diligência e acuidade. Noutras palavras, seu objetivo frustrou-se pela superveniência de causas que ele não podia prever, nem evitar".E finalmente, às fls. 176/177 da mesma obra, conclui:


"Em recente publicação, Luís O. Andorno [5] expõe as seguintes reflexões: ‘Se bem que tenhamos participado durante algum tempo deste critério de incluir a cirurgia plástica no campo das obrigações de resultado, um exame meditado e profundo da questão levou-nos à conclusão de que resulta mais adequado não fazer distinções a respeito, incluindo também a cirurgia estética no âmbito das obrigações de meios, isto é, no campo das obrigações gerais de prudência e diligência’.


Para o jurista platino, o comportamento da pele humana, de fundamental importância na cirurgia plástica, revela-se imprevisível em numerosos casos. Acrescenta que toda intervenção sobre o corpo humano é aleatória. Anota, por fim, que a doutrina e a jurisprudência francesas têm se orientado nesse sentido.


E arremata: “A nosso juízo, o cirurgião plástico não está obrigado a obter um resultado satisfatório para o cliente, mas somente a empregar todas as técnicas e meios adequados, conforme o estado atual da ciência, para o melhor resultado da intervenção solicitada pelo paciente".


Em brilhante trabalho posterior, denominado Culpa Médica e Ônus da Prova [6], o Des. Kfouri transcreve trechos do julgamento do Recurso Especial 81.101-PR [7], onde se decidiu sobre recurso relativo à responsabilidade civil em cirurgia plástica estética. Ali, destaca trechos extremamente elucidativos do voto proferido pelo Ministro Carlos Alberto Menezes Direito, aqui emprestados em virtude de sua relevância e clareza elucidativa:


"Pela própria natureza do ato cirúrgico, cientificamente igual, pouco importando a subespecialidade, a relação entre o cirurgião e o paciente está subordinada a uma expectativa do melhor resultado possível, tal como em qualquer atuação terapêutica, muito embora haja possibilidade de bons ou não muito bons resultados, mesmo na ausência de imperícia, imprudência ou negligência, dependente de fatores alheios, assim, por exemplo, o próprio comportamento do paciente, a reação metabólica, ainda que cercado o ato cirúrgico de todas as cautelas possíveis, a saúde prévia do paciente, a sua vida pregressa, a sua atitude somatopsíquica em relação ao ato cirúrgico.
Toda intervenção cirúrgica, qualquer que ela seja, pode apresentar resultados não esperados, mesmo na ausência de erro médico. E, ainda, há em certas técnicas consequências que podem ocorrer independentemente da qualificação do profissional e da diligência, perícia e prudência com que realize o ato cirúrgico.


Anote-se, nesse passo, que a literatura médica, no âmbito da cirurgia plástica, indica, com claridade, que não é possível alcançar 100% de êxito.A mesma Plastic and Reconstructive Surgery (vol. 95, junho de 1995, p. 1.195 a 1.204) publica os resultados de reconstrução mamária obtidos por dois cirurgiões em 111 pacientes, mostrando complicações importantes em cerca de 20% dos casos, observados ao longo de 18 meses.


No que se refere à plástica para redução do volume mamário (mamoplastia redutora), o Annals of Plastic Surgery (vol. 34, 1995, p. 113 a 116) divulga os resultados obtidos por dois cirurgiões, indicando melhora clínica satisfatória em não mais de 74%, 81% e 88% dos casos, conforme o critério escolhido.Também no British Journal of Plastic Surgery (vol. 48, outubro de 1995, p. 451 a 454), foram analisadas 218 plásticas nasais (rinoplastia), observando-se não mais de 5% de complicações, mas cerca de um de cada dez pacientes necessitou de revisão cirúrgica do procedimento realizado pela mesma instituição, e um de cada cinco daqueles que haviam sido operados em outros centros.


J. Gérald Rheault, mostrando a realidade sob o regime legal do Canadá, que segue o sistema do Common Law, a exceção de Quebec, que herdou as tradições do Código Civil de Napoleão, destacou que a responsabilidade dos médicos está limitada a uma obrigação de meios, não de resultados, na medida em que os cirurgiões não estão obrigados a obter sempre bons resultados, mas estão sim obrigados a fornecer competente informação e tratamento aos pacientes. Assim, a responsabilidade do cirurgião depende da prova de ele não ter agido prudentemente e diligentemente como um profissional razoavelmente competente teria agido nas mesmas circunstâncias. E, em casos de cirurgia estética, esse princípio vem sendo desafiado até a Suprema Corte por algumas pessoas que gostariam de imputar ao cirurgião plástico uma responsabilidade de resultados e não de meios: “Responsabilidade profissional dos médicos é limitada a uma obrigação de meios e não de resultados. Não temos a obrigação de sempre obter bons resultados, mas deve fornecer informações competentes e tratamentos aos nossos pacientes. Em poucas palavras, a existência de uma falha por parte do médico será estabelecida, se puder ser provado que ele não agiu como forma prudente e diligente como um médico competente razoável teria, nas mesmas circunstâncias. Em casos de atendimentos eletivos, tais como em cirurgia estética, este princípio está sendo desafiado por todo o caminho para o Supremo Tribunal por algumas pessoas que gostariam de nos responsabilizar não só para os meios, mas de resultados”.
( The Canadian Journal of Plastic Surgery, 30, 1995, via internet).


Finalmente, nesse patamar, é bom não esquecer que não se pode presumir, como parece vem sendo admitido pela jurisprudência, que o cirurgião plástico tenha prometido maravilhas ou que não tenha prestado as informações devidas ao paciente, configurando o contrato de resultado certo e determinado. A só afirmação do paciente em uma inicial de ação indenizatória não é suficiente para acarretar a presunção de culpa do médico, invertendo-se o ônus da prova, como no presente caso. O paciente deve provar que tal ocorreu que não recebeu informações competentes sobre a cirurgia.


Não bastasse tal fundamentação para afastar a cirurgia estética do campo das obrigações de resultado, o Código de Defesa do Consumidor estipulou, expressamente, no art. 14, § 4º, verbis:


4º A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação da culpa.


Ora, tal regra não separa o ato cirúrgico em obrigação de meio ou de resultado, não destaca a cirurgia estética, nem, tampouco, explicita que destina-se a incidir sobre a responsabilidade contratual. Com todo respeito, a interpretação que situa a questão neste ângulo não tem lastro na lei, repetindo, apenas, a jurisprudência anterior ao Código que enxergava a dicotomia. E não poderia fazê-lo, sob pena de grave disparidade na própria lei que impõe ser a responsabilidade pessoal do profissional liberal apurada mediante a verificação da culpa.


A jurisprudência, todavia, insiste em dispensar à cirurgia estética tratamento draconiano: ou se atinge o resultado ‘embelezamento’ ou responde o médico pela frustração – mesmo que o cliente não melhore nem piore sua aparência inicial.


De qualquer modo, as soluções alvitradas são casuísticas e nada satisfatórias. Em regra, se o paciente sai da cirurgia em condições piores que as ostentadas anteriormente, o cirurgião é penalizado pelo insucesso.Decisiva, sempre, há de ser a constatação de ter havido imperícia, imprudência ou negligência do profissional. Ao se admitir, pura e simplesmente, que o dever assumido pelo cirurgião plástico configura obrigação de resultado, não ocorre apenas presunção de culpa: nem mesmo se aceita prova que o médico eventualmente produza em seu favor. O resultado danoso firma a inarredável obrigação de indenizar.


Torna-se desinfluente a realização correta da cirurgia. Não tendo sido alcançado o resultado – melhoramento estético – firma-se a procedência da demanda indenizatória.


Insto equivale a afirmar que a cirurgia estética nunca sofre influência das condições pessoais do próprio paciente (8) – insuscetíveis de avaliação prévia.


É antijurídico, por conseguinte, a pretexto de a cirurgia plástica estética ser classificada como obrigação de resultado, inverter-se o ônus da prova. Ao médico, em qualquer hipótese, aplica-se o regramento de responsabilidade subjetiva – incompatível com essa inversão.


Também a doutrina Argentina se manifesta sobre o tema, através das lições de Ricardo Rabinovich-Berkman, que vai além e levantam diversos outros questionamentos, tais como as condições mentais do paciente que, lúcido e capaz, se submete a cirurgia plástica em busca de corrigir o que considera um defeito, uma característica que foge aos padrões do que considera beleza, tratando aquele "desvio estético" como verdadeira doença.


Continua, ainda, ressaltando questões por vezes esquecida nos julgamentos, tais como a consciente e efetiva vontade do paciente em correr os riscos – absolutamente normais e conhecidos pelo ser humano médio – de uma intervenção cirúrgica, seja ela de qualquer espécie, manifestando expressamente esta sua vontade, em busca da realização de seu sonho de aperfeiçoamento estético.

Ignorar tais situações representa um grave desvio da realidade, incompatível com o devido processo legal, a busca da verdade e a justa análise dos procedimentos adotados.

Diz, portanto, o prof. Rabinovich-Berkman:"Em suma, no creemos que existan motivos científicos para caracterizar de um modo genérico a las oasí de las de los demás especialistas quirúrgicos. Estimamos, por el contrario, que la diversificación reside más en raíces inherentes a nuestra cultura judeo-cristiana, proclive a declamar (a menudo hipócritamente) un desprecio de la belleza física (esa "coquetería" de que hablaba el fallo antes transcripto), y a no considerar la fealdad como una forma de enfermedad.

Si la paciente se sometió a la operación plástica, es porque así lo quiso, en su evaluación de riesgos y de beneficios. Es decir, porque entendió que para volver a lucir un busto agradable (lo cual constituye un deseo más que respetable) valía la pena correr los peligros que toda intervención quirúrgica entraña. Presumir lo contrario importa considerar a la interesada una persona fatua, por no decir una tonta, sin que evidencia alguna indique que lo sea.”

Também Ricardo Luis Lorenzetti [10], afirma:

"En el campo de la cirurgía pl’’astica el profesional médico no tiene plenas seguridades de éxito en la aplicación de su ciencia, técnicas y arte sobre quien requiere su actuación, ya que no todas las reacciones del organismo son abarcables y controlables por ella. En las operaciones plásticas no cabe entender que el facultativo se obliga a lograr el resultado buscado por él y su cliente sino, más bien, a ejecutar con diligencia lo que la ciencia, la técnica y el arte médicos indican como conducente para ello, según las circunstancias de las personas, del tiempo y del lugar.

Sin perjuicio de que el cumplimiento de las obligaciones asumidas por el galeno deberán valorarse com mayor rigor, se trata de una imputación subjetiva y de un compromiso de medios y o de resultado. "

Não se pode ignorar que o paciente tem consciência dos riscos envolvidos em qualquer procedimento [11]. Eximi-lo desta responsabilidade em favor de uma falsa responsabilidade objetiva do médico (não prevista pela legislação, diga-se) é absolutamente contraproducente. O consentimento, a conduta e o comportamento do paciente são – mais que atenuantes, excludentes de responsabilidade.

Rosana Jane Magrini, em substancioso artigo doutrinário [12], conclui:"O que se exige do médico, seja qual for sua especialidade, é a prestação de serviços zelosos, atentos, conscienciosos, a utilização de recursos e métodos adequados e de agir conforme as aquisições da ciência. O que não se pode admitir, sempre com a maxima vênia, é uma corrente jurisprudencial em desalinho com a realidade moderna dos avanços da ciência médica e da ciência jurídica. "

Expõem, ainda, Antonio Ferreira Couto Filho e Alex Pereira Souza, em sua obra Instituições de Direito Médico[13], que:

"Impor à cirurgia plástica estética a pecha de obrigação de resultado é, ao nosso ver, grande preconceito, existente em tempos longínquos, além de negar o próprio sistema biológico de cada ser humano que, por vezes, se mostra rebelde, seja numa simples cauterização de uma verruga ou numa cirurgia de mama para a colocação de uma prótese, com a finalidade de aumentá-la de tamanho.

Partir da idéia de que o cirurgião plástico já tem, intrinsecamente, em caso de alegação do paciente de mau resultado, culpa no suposto evento danoso (culpa presumida) é colocar sobre seus ombros um fardo muito pesado, totalmente desvirtuado da realidade e do bom-senso".Finaliza Miguel Kfouri, em passagem de seu já referido livro Culpa Médica e Ônus da Prova [14], em definitiva opinião:

"Em qualquer hipótese, não milita, em desfavor do cirurgião plástico, nessas intervenções embelezadoras, presunção de culpa, nem tampouco se aplicam os princípios da responsabilidade sem culpa.

Por fim, as novas tendências verificadas no âmbito da prova da culpa médica, em especial a atribuição dinâmica do encargo probatório, não mais justificam que apenas ao cirurgião plástico seja aplicado tratamento diferenciado, gravoso.

Todas as especialidades cirúrgicas submetem-se ao imprevisível – conseqüência natural, já examinada, das características individuais de cada pessoa.Assim, a cirurgia plástica embelezadora há de enquadrar no figurino da verificação da culpa, a exemplo das demais especialidades médicas – arredando-se a aplicação extremada dos princípios da responsabilidade objetiva ao profissional liberal, que também se submete ao estatuto da culpa".

O que se pretende demonstrar é que, sob todos os aspectos, a cirurgia plástica é intervenção cirúrgica equiparável a todos os demais procedimentos cirúrgicos, e que as reações do organismo humano são imprevisíveis e conseqüências indesejadas podem sobrevir, ainda que toda a técnica, recursos disponíveis, prudência e perícia tenham sido empregados ao caso concreto, não se podendo, por sua vez, simplesmente culpar o médico pelo infortúnio, por ele também não desejado.

Cada corpo humano, em sua individualidade, pode apresentar somatizações, hipersensibilidades, reações diversas verdadeiramente imprevisíveis. A evolução de quadros clínicos ou patológicos, diante da intervenção médica, não é sempre igual, não obedece sempre a uma fórmula preestabelecida.Em qualquer procedimento cirúrgico, conforme comprovado por incontáveis estudos médicos, o organismo pode reagir de forma inesperada, negativa ou adversa, comprometendo o resultado.

Na prática, ainda, é de destacar que o sucesso da cirurgia plástica depende muito dos cuidados pós-operatórios tomados pelo próprio paciente, o que em parte também escapa do controle do médico.


sexta-feira, 26 de junho de 2015

Cirurgia plástica e álcool: cinco razões para você não fazer essa combinação








































Independente se é para corrigir uma imperfeição ou tratar um problema, a cirurgia plástica tem a finalidade de devolver autoestima ao paciente quando realizada com segurança e sucesso. É por isso que uma das recomendações mais comuns antes de se submeter a uma operação deste tipo é a abstenção de bebidas alcoólicas. O seu consumo deve ser suspenso um mês antes do procedimento para evitar que estas substâncias afetem o organismo depois da plástica.

O médico cirurgião plástico Fábio Malzone (CRM: 63974), explica que ao ingerir a bebida alcoólica o organismo precisa se desdobrar para metabolizar e absorver o álcool, o que sobrecarrega todos os órgãos envolvidos nesse processo. “Na medicina, qualquer procedimento implica em risco, por isso bom senso, cautela e informação são essenciais para aumentar as chances de obter resultados satisfatórios. Portanto, antes de se submeter a qualquer cirurgia o paciente deve esclarecer todas as suas dúvidas com o médico e ser informada sobre os cuidados no pré e pós operatórios a fim de evitar possíveis complicações”, esclarece.

Uma das principais regras a ser seguida para o sucesso de uma cirurgia é atentar-se ao pré-operatório. O paciente deve realizar todas as avaliações e exames laboratoriais e outros exames, com o objetivo de evitar surpresas desagradáveis, durante ou após a cirurgia. “Durante essa fase e no pós-operatório, é importante seguir a orientação de restringir não só o consumo de bebidas alcoólicas, como também de cigarro e medicamentos que possam comprometer a cirurgia, assim como o uso de drogas”, diz o médico.

Para alertar sobre o perigo das bebidas alcoólicas em relação à cirurgia, o cirurgião plástico Fábio Malzone lista as cinco principais complicações provocadas pelo consumo de álcool:

1. Aumento do inchaço
Após a cirurgia, é preciso seguir todas as recomendações médicas para que não ocorram complicações no pós-operatório. Segundo o médico, o consumo de álcool tende a comprometer o resultado porque alarga os vasos sanguíneos e provoca inchaço. “No caso de cirurgias de rinoplastia, por exemplo, os pacientes devem ter cuidado redobrado devido ao nariz ser mais suscetível ao inchaço”, alerta.

2. Sangramento
Normalmente, as cirurgias invasivas necessitam respeitar o período de recuperação. “O paciente que não cumpre as ordens médicas e consome bebidas alcoólicas no pós-operatório corre risco de ter sangramento e uma recuperação prolongada”, garante Fábio.

3. Suscetibilidade à dor
Em alguns casos, os médicos podem receitar medicamentos para aliviar a dor durante a recuperação. De acordo com o cirurgião plástico, porém, alguns pacientes evitam esses remédios por acreditar que somente o álcool pode diminuir a dor no pós-operatório. Claro, isso não é verdade.

4. Bebida alcoólica pode fazer com que um medicamento torne-se perigoso
Os efeitos do álcool são prejudiciais ao organismo. O cirurgião alerta que o paciente não deve misturar bebidas alcoólicas com remédios e, sim, priorizar a recomendação médica.

5. Desidratação da pele
O álcool faz com que a pessoa urine mais vezes, essa reação pode provocar desidratação e pele seca, além de comprometer os resultados da cirurgia. “Por isso, muitos médicos recomendam ao paciente não consumir bebidas alcoólicas durante duas semanas antecedentes e posteriores a uma cirurgia”, afirma Malzone. Lembrando que este prazo pode variar de acordo com cada procedimento.


Fonte: Cirurgião Plástico Fábio Malzone CRM: 63974

segunda-feira, 22 de junho de 2015

A obrigação do Profissional Médico







































Em recente recurso, o Tribunal de Justiça de São Paulo, discorre mais uma vez sobre a responsabilidade medica. A relação médico/paciente é uma relação regida pelo Código de Defesa do Consumidor, de maneira geral este impõe aos profissionais liberais a responsabilização objetiva pela venda de produtos ou serviços, isto é, a responsabilidade do profissional é de resultado, devendo indenizar o consumidor independente de culpa. 
Mas nos casos dos serviços médicos essa responsabilidade passa a ser SUBJETIVA, isto é, exige-se a existência de culpa em uma de suas modalidades, quais sejam: A Imprudência que ocorre quando o profissional atua de maneira precipitada ou ousada; a Negligencia que é caracterizada pela omissão, inércia, passividade ou mesmo falta de vigilância; e por fim, a imperícia que ocorre quando carece ao medico a técnica adequada com atuação defeituosa ou este deixa de observar as normas da profissão. (“o medico e a justiça”, Nacime Mansur e Reinaldo Ayer). 

No caso dos médicos, estes respondem perante seus pacientes apenas quando comprovado que agiram de forma culposa ou dolosa. Isso ocorre porque, a obrigação dos médicos é de meio e não de resultado, razão pela qual não se justifica a imposição de responsabilidade objetiva. Repita-se, aquela que independe da ocorrência de culpa. Neste caso o consumidor deve provar a culpa, ou seja, a atitude negligente, imprudente ou imperita do medico na utilização dos meios adequados para a cura ou o tratamento do paciente. 

Apesar do Código de Defesa do Consumidor afastar a obrigação objetiva dos médicos, ele traz ao medico a imposição de comprovar que não laborou em equivoco, nem agiu com imprudência ou negligencia no desempenho de sua atividade. Essa solução se justifica em função de que a obrigação do medico decorre de contrato, e nesta hipótese para o C.D.C., há a indicação de inversão do ônus da prova. 

Por fim, mais uma vez fica evidenciada a importância do profissional de medicina em manter uma boa documentação em todo o procedimento profissional, que pode em muito ajudar a inibir a pretensão do mal paciente e proteger o cirurgião.   Julgado n° 0204331-61/2011 – TJSP

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Lipo sem medo: desvende os mistérios que rodeiam a lipoaspiração


A lipoaspiração é a campeã das cirurgias plásticas. Em 2011, foram feitas 211.108 lipos passando na frente da cirurgia de prótese de mama, segundo os dados de uma pesquisa feita pela Isaps (Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética), em conjunto com a SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica). 

Mesmo sendo alvo de muitas dúvidas, a lipoaspiração ainda é a queridinha por quem deseja eliminar a gordura localizada em busca de um contorno corporal perfeito. O procedimento é feito por meio de cânulas que são ligadas a um aparelho de sucção a vácuo, o qual realiza a quebra e a sucção da gordura, que normalmente é localizada na parte inferior as camadas da pele (epiderme e derme) denominada camada subcutânea ou no interior da cavidade abdominal.

A lipoaspiração remove a gordura localizada presente no culote, nas coxas, nos quadris, costas, nádegas, pescoço, abdômen, panturrilhas e rosto.
Se você decidiu submeter à lipoaspiração, procure um cirurgião plástico credenciado na SBCP e tire todas as suas dúvidas antes de fazer a cirurgia. Lembre-se que qualquer tipo de intervenção cirúrgica tem o seu risco, mas se ela for realizada em um ambiente hospitalar e por um especialista, as chances do paciente sofrer complicações são mínimas.

Para colocar um fim nos mitos e verdades sobre a cirurgia, veja quais são eles:

A lipoaspiração pode ser feita em todas as regiões com gordura localizada?

Verdade: A lipoaspiração é mais acometida na região do abdômen, culote, dorso, face interna da coxa, glúteos, joelhos e até papada.

A técnica acaba com a celulite?

Mito: A lipoaspiração não remove as temidas ondulações, apesar de poder melhorar seu aspecto ao retirar gordura e líquido.

Dieta pode melhorar o resultado?

Verdade: Antes de se submeter ao método, é importante fazer uma dieta e manter o índice de massa corporal, sendo uma boa pedida para ajudar na cicatrização. Além disso, quanto menos gordura for retirada, maior a chance de o paciente ter um pós-operatório sem complicações.

Lipo é uma cirurgia invasiva e dolorosa?

Mito: O corte para remover o excesso de gordura é pequeno, porém, a região a ser aspirada pode ser grande e proporcionar incômodo ao paciente após a anestesia. A boa notícia é que medicamentos pós-cirúrgicos, como analgésicos, auxiliam na diminuição da dor e do mal-estar.

Tratamento é a única forma de retirar gordura localizada?

Verdade: A prática de exercícios físicos e uma alimentação balanceada não conseguem colocar um fim na gordura localizada. A gordurinha só desaparece com a realização da técnica cirúrgica.

Existe limite de idade para realizar a operação?

Verdade: A lipoaspiração é recomendada apenas para pacientes com mais de 18 anos. Os exames pré-tratamento que são realizados antes da cirurgia avaliam quem está apto para se submeter à técnica, independente da idade.


 Fonte- Cirurgião Plástico Fábio Malzone (CRM – 63974).

quarta-feira, 10 de junho de 2015

O que é padrão na beleza?



Uma recente pesquisa encomendada pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica ao Datafolha mostra dados preocupantes. Entre setembro de 2007 e agosto de 2008, foram realizadas 1252 cirurgias estéticas por dia no Brasil. Em um ano, foram 547 mil procedimentos somente desta espécie. E mais: os procedimentos são 69% estéticos contra 31% dos reparadores. Isto comprova que tem mais gente preocupada em modificar de vez a aparência do que corrigir algum pequeno defeito.

O Brasil é hoje o segundo colocado no ranking de países que mais fazem cirurgias plásticas no mundo. Só perde para os Estados Unidos. Os procedimentos são realizados tanto em homens quanto em mulheres, mas elas são as campeãs absolutas na hora do bisturi. As cirurgias estão cada vez mais baratas e acessíveis a toda a população. Por isso, os números só aumentam.

Estes dados comprovam que nossas convenções estão se modificando. A mulher brasileira está cedendo a um modelo estético que não é o seu. Os padrões de beleza estão se modificando, nem sempre para o bem. Na verdade, hoje existem dois tipos de padrão: o das modelos (altas, magras e longilíneas) e o do exagero (mulheres que querem ter, por exemplo, peitos, bunda e coxas enormes). O meio termo entre estes dois extremos é considerado fora dos padrões.

O corpo da mulher brasileira sempre foi visto como um dos mais bonitos do mundo. Não somos como as europeias e as americanas. Temos curvas, quadril e bunda. Mas tudo isso foi deixado de lado por muita gente e também pela mídia. O que vale é ser jovem, magérrima, ter cabelo liso, peitos grandes etc. Querer cuidar da aparência é uma coisa boa e saudável. Mas querer se transformar em algo que não é pode ser muito perigoso.

É daí que vêm exemplos absurdos. São pessoas que querem tanto atingir um dos padrões que exageram e acabam doentes. E temos muitos exemplos dessas doenças, como a anorexia, a bulimia e problemas causados pelo uso de anabolizantes por aquelas que querem o corpo mais exagerado. Fora as cirurgias mal realizadas, que deixam sequelas e podem levar à morte. Será que tudo isso vale à pena em prol de um ideal que na verdade não existe?


É muito válido querer cuidar da aparência. Mas só se for de forma saudável. Faça exercícios sem exageros e se alimente de forma equilibrada. Isto já é um bom começo para cuidar de sua beleza. Tratamentos estéticos também são importantes. Mas não entre na roda viva do exagero. Cuide do que você tem. Destaque suas qualidades e melhore seus “defeitos”. Se precisar apelar para alguma cirurgia plástica - estética ou reparadora - siga em frente, mas mantenha o foco. Tenha em mente que não é bonito ser uma “mulher construída”. O padrão que tem que valer é o da naturalidade. 

 Fonte- Cirurgião Plástico Fábio Malzone (CRM – 63974).

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Cirurgia plástica sem risco: os cuidados antes da cirurgia


Submeter-se a um procedimento cirúrgico é um passo muito importante e por isso todo cuidado é pouco. O planejamento de uma cirurgia começa escolhendo o cirurgião e depois, é importante se informar sobre a cirurgia. Cuidar do corpo e prepará-lo antes ajuda muito na recuperação.
Segundo o cirurgião plástico Fábio Malzone (CRM-63974) mesmo a cirurgia plástica sendo realizada por um membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), ela oferece riscos como qualquer outro procedimento cirúrgico.

“É importante alertar o paciente na hora de escolher um cirurgião plástico. Um bom profissional deve esclarecer todas as dúvidas do paciente e explicar todo o procedimento e cuidados no pré e pós-operatório. Além disso, o cirurgião deve realizar consultas minuciosas para prevenir qualquer equívoco na cirurgia”, explica.

Se você está na dúvida se o seu cirurgião é credenciado, o site oficial da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica oferece a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre o trabalho realizado pelos médicos profissionais que fazem diversas cirurgias plásticas pelo Brasil todo, o que facilita na hora de escolher o cirurgião. Independente da cirurgia, é importante preparar o corpo e seguir todas as orientações do médico no pré-operatório. “É nessa fase que o médico irá receber as avaliações laboratoriais e clínicas do paciente e a junção desses exames pode detectar problemas que podem ser solucionados antes de fazer a cirurgia, diminuindo as chances de complicações”, afirma.

Fique atento aos cuidados com o pré-operatório para garantir uma cirurgia sem risco e resultados positivos:

Exames médicos

Antes de o paciente ser submetido à cirurgia plástica é obrigação do médico solicitar uma avaliação detalhada. “O paciente deve fazer exames como hemograma completo, onde são verificadas anemias, alterações nos glóbulos brancos, plaquetas, infecções e até alterações hematogênicas genéticas. Além de provas de coagulação sanguínea, exames de glicemia, TGO, TGO Colesterol total e frações, triglicerídeos, ureia e creatinina, exame de urina, Eletrocardiograma e raio X de tórax, para avaliar a função cardíaca e pulmonar”,  ressalta Malzone.

Alimentação influencia?

Uma dieta pobre em ferro pode desencadear a anemia, o que pode adiar a cirurgia. “Quando há falta de nutrientes ou o paciente tem dificuldade de absorção, ele pode apresentar problemas na hora da cicatrização. Por isso, é importante se alimentar bem antes e fazer jejum de 8 a 12 horas somente no dia da cirurgia”, esclarece o médico.

Medicamentos e anestesia

É importante dizer ao seu médico quais são os medicamentos que está tomando para receber a orientação se deve ou não continuar a tomá-los. “Os medicamentos contínuos, como de coração, pressão ou insulina, por exemplo, não devem ser suspensos. Já os psicotrópicos, como calmantes, ansiolíticos e antidepressivos, podem interferir na anestesia”, disse Malzone. 
O ideal é que se faça uma consulta pré-anestésica para que o médico tenha conhecimento pleno sobre as características e condições do paciente, pois a anestesia deve ser individualmente elaborada.

Cigarro e bebidas alcoólicas

É importante parar de fumar e consumir bebidas alcoólicas pelo menos algumas semanas antes da cirurgia. “As substâncias químicas presentes no cigarro, como a nicotina, provocam estreitamento dos vasos sanguíneos, o que aumenta o esforço cardíaco, favorecendo o surgimento de doenças vasculares, que podem influenciar diretamente na qualidade da região que será trabalhada na cirurgia. Já o álcool dilata os vasos sanguíneos, o que aumenta o inchaço e o risco de sangramentos. Quando consumido em excesso, desidrata a pele, o que pode prejudicar na recuperação”, destaca o cirurgião plástico.

É preciso emagrecer antes de fazer a cirurgia?

Na maioria dos casos não existe essa necessidade. O paciente só deve estar com um peso que ele irá conseguir manter com facilidade depois da cirurgia. Vale ressaltar que a cirurgia plástica não emagrece, apenas melhora o contorno corporal e engordar depois pode comprometer os resultados.
 
Tempo de internação

A internação ocorre no mesmo dia da cirurgia e, normalmente, varia de 24 a 48 horas. É importante não levar objetos de valor para hospital e optar por roupas confortáveis no dia da internação.  “Alguns tipos de cirurgia permitem alta no mesmo dia. Outros necessitam de uma ou duas noites no hospital, onde as condições para a recuperação são mais adequadas”, conclui Malzone.

 Fonte- Cirurgião Plástico Fábio Malzone (CRM – 63974).

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Coxas turbinadas: entenda a técnica que remove o excesso de pele e flacidez


Quem nunca sonhou em ter pernas torneadas como das cantoras Claudia Leite e Ivete Sangalo, ou das atrizes Deborah Secco e Ellen Roche? Uma nova técnica vem fazendo a cabeça das mulheres e homens que também estão em busca de pernas e coxas com contornos definidos e sem gordura. O lifting de coxas ou dermolipectomia é um procedimento cirúrgico que promete enxugar as gordurinhas e a flacidez acentuada nessa região.

Segundo o cirurgião plástico Fábio Malzone (CRM-63974), o lifting de coxas consiste numa cirurgia plástica que dura em média três horas. “Quem procura essa cirurgia está em busca de bem-estar. O lifting de coxas tem como objetivo remover o excesso de pele e de tecido gorduroso”, afirma.

Esse procedimento é indicado, geralmente, para pessoas acima de 40 anos que tenham flacidez acentuada nessa região ou para pacientes que apresentaram um grande emagrecimento, ficando com a pele sem elasticidade. “Em pacientes com gordura localizada e sem flacidez de pele, a lipoaspiração pode ser a mais indicada. No entanto, quando a flacidez de pele é significativa, pode ser necessário realizar o lifting de coxas para que os resultados sejam os melhores”, explica o cirurgião plástico.

Como é feita a cirurgia?

Para se submeter ao lifting de coxas é necessário fazer jejum de no mínimo oito horas e lembre-se de comunicar ao seu médico o uso de remédios para hipertensão ou qualquer medicamento que possa interferir na cirurgia. Na maioria dos casos é utilizada a anestesia peridural, mas pode-se optar também pela anestesia geral ou local com sedação. A média de tamanho do corte varia de acordo com cada caso, entre 12 cm e 16 cm. A duração da cirurgia é de 1 hora e 45 minutos a 2 horas.

Pós-operatório: Cicatrizes, recuperação e resultados

A cicatriz resultante de uma dermolipectomia de coxa localiza-se próximo a virilha, estendendo-se posteriormente até o sulco subglúteo. “A cicatriz dessa cirurgia é planejada para ficar escondida sobe as roupas de banho. Após a cirurgia ela se apresenta visível, mas com o tempo muda de tonalidade, passando do vermelho para marrom e depois vai clareando aos poucos”, revela o médico. A diferença do lifting de coxa para outras intervenções do gênero é que esse procedimento é menos doloroso no pós-operatório. “O período de recuperação da cirurgia varia de 45 dias a três meses. Nessa fase é contraindicada a prática de exercícios, esportes e esforços físicos nos primeiros três meses. Depois de três a seis meses, como em qualquer outra cirurgia, se nenhuma alteração ocorrer, a cicatrização estará concluída”, destaca Malzone.

Quanto ao resultado final, ele pode ser apreciado somente com a acomodação total dos tecidos, que ocorre de dois a quatro meses depois. 


Fonte- Cirurgião Plástico Fábio Malzone (CRM - 63974)

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Cigarro prejudica a cicatrização após a cirurgia plástica




Que o cigarro faz mal a saúde isso todo mundo já sabe, mas a maioria não está ciente que os seus malefícios no organismo pode estender e interferir até nas intervenções cirúrgicas.

Os fumantes que submetem a uma cirurgia correm risco de sofrer complicações durante e após a recuperação. Isso porque o cigarro interfere na oxigenação do corpo pelo sangue, na distribuição dos nutrientes que são essenciais para a regeneração da pele e dos tecidos. Sem contar que pode comprometer o bom funcionamento dos vasos sanguíneos, dos pulmões e das condições cardiorrespiratórias.

Cicatrização X Cigarro

O cigarro pode prejudicar o processo de cicatrização, acarretando necrose da pele, infecção, rompimento de sutura, manchas, queloides, tromboembolismo, entre outros. Além disso, o paciente pode ficar vulnerável á anestesia durante a cirurgia.

Para que a cicatrização seja um sucesso, o sangue necessita de uma boa irrigação. O cigarro deve ser evitado para que não comprometa o transporte de nutrientes pelo sangue, que tem como função restabelecer o organismo após a cirurgia.

Quanto tempo antes da cirurgia plástica devo parar de fumar?

Assim que a sua cirurgia for marcada o cigarro deve ser evitado. Quanto maior e extensa for à cirurgia maior será o tempo indicado para o paciente não fumar. Por exemplo, quando for realizado os procedimentos mais simples o cigarro deve ser suspenso um mês antes e as mais complexas no mínimo seis meses.

No caso de abdominoplastia, onde ocorre um deslocamento e reposicionamento da pele, se o paciente não seguir a recomendação médica ele pode sofrer sangramentos locais e rupturas drásticas dos pontos na região.

É importante que não esconda do cirurgião plástico que você é fumante. Afinal, é a sua vida que vai estar em jogo!

Atualmente existem diversos métodos que auxiliam os dependentes de nicotina a parar de fumar, desde adesivos e medicamentos que diminuem as crises de abstinência até grupos de apoio. Procure ajuda!

Fonte- Cirurgião Plástico Fábio Malzone (CRM – 63974).

segunda-feira, 1 de junho de 2015

22 fatos para encarar antes do bisturi


Antes de se submeter a uma cirurgia, é preciso estar absolutamente segura do que você deseja, conhecer as reais possibilidades que ela oferece, confiar no médico e ter em mente que plástica envolve riscos. Veja os principais pontos que você precisa conhecer para não entrar desavisada nesta história.

1 – O MÉDICO DEVE SER REALISTA
É importante que o profissional tenha experiência para estar ciente das reais possibilidades de cada técnica de cirurgia plástica. “Ele deve conversar com a paciente sobre as limitações do procedimento e até onde ele poderá chegar para mudar o visual da região operada. Essa conversa deve ser bastante realista, para que as expectativas sejam adequadas”, avisa o cirurgião plástico Gustavo Merheb (RJ). E como cada técnica possui limitações de execução e efeito, o cirurgião plástico André Eyler (RJ) alerta: “Não se pode esperar milagre em cirurgia. Assim, a consulta com o médico é fundamental para se equiparar a expectativa do paciente com as possibilidades de resultado.” Então, mantenha os pés no chão e nada de esperar resultados impossíveis, ok!

2 – NÃO PODE HAVER SEGREDOS
É imprescindível estar preparada para tudo o que pode acontecer na operação proposta. “Existe mais de uma técnica disponível para a mesma indicação. É o cirurgião que optará pelo método que, baseado na sua experiência, dará os melhores resultados em cada caso”, diz o cirurgião plástico Ricardo Cansanção, da Clínica Dicorp (RJ). Procure esclarecer todas as dúvidas, mesmo que sejam necessários vários encontros com o médico. “Dessa forma, não se criam falsas expectativas e evitam-se possíveis decepções com os resultados finais”, fala o cirurgião plástico Rodrigo Otávio Carbone (SP).

3 – O CORPO TEM LIMITES
“Toda cirurgia tem como princípio preservar a função e a sensibilidade do órgão ou região trabalhada, ou seja, não se pode deixar uma pessoa com um nariz lindo, mas com dificuldade de respirar… É preciso respeitar os limites do corpo, da anatomia, do que é normal, saudável, e lógico, do bom senso”, afirma o cirurgião plástico Dr. Ricardo Cansanção.

4 – NADA DE RADICALISMO
Vale sempre lembrar que não é possível fazer uma mudança radical por meio de plástica. O procedimento ajuda no contorno corporal e na correção de pequenas imperfeições. “O médico não deve vender uma falsa expectativa, para não causar a frustração do paciente”, orienta o cirurgião plástico Alexandre Barbosa (SP). Lembre-se: cirurgia plástica é ciência e não arte. A principal finalidade do especialista é promover a saúde e a qualidade de vida do paciente, e isso inclui os procedimentos estéticos.

5 – SONHOS POSSÍVEIS
O cirurgião tem que ter noção das suas limitações e não ter vergonha de dizer para o paciente o que ele pode ou não realizar dentro dos limites de cada técnica e também do organismo e o físico de cada pessoa. “Nem sempre, o que o paciente deseja e sonha é possível. Por exemplo: por mais que uma mulher com quadris largos e coxas grossas queira ter um visual igual ao da Gisele Bündchen com a ajuda da lipoaspiração, isso não será possível – por melhor que seja o cirurgião plástico. A estrutura óssea da paciente não condiz com o visual que ela imagina para si”, avisa o Dr. Rodrigo Otávio Carbone.

6 – TUDO TEM LIMITES
O Dr. Gustavo Merheb lembra que o corpo tem limites. E cada indivíduo tem o seu. “Nós nunca devemos chegar perto dessa linha – e não precisamos fazê-lo para obtermos excelentes resultados”, explica o especialista.

7 – CABEÇA BOA
Além da questão física é importante avaliar o lado psicológico. É preciso estar pronto para as mudanças que uma plástica trará na aparência. Em caso de insegurança, é recomendado conversar com um psicólogo. A maior parte das clínicas conta com a assessoria desse profissional. “A cirurgia plástica proporciona ao indivíduo equilíbrio com sua própria imagem e com o universo que o cerca. Mas não é uma transformação de vida. A melhora da autoimagem faz melhorar a autoestima. Mas é preciso limitar as expectativas, sempre”, indica o Dr. Ricardo Cansanção.

8 – SEGURANÇA É TUDO
Toda técnica tem regras. Numa lipoaspiração, por exemplo, o médico não pode remover mais do que cerca de 7% do peso corporal do paciente devido ao risco de grande perda de líquidos e de sangue, o que tornaria a cirurgia perigosa.

9 – A IMPORTÂNCIA DOS EXAMES DE ROTINA
Antes da cirurgia, é fundamental que o médico faça um rastreamento da saúde geral do paciente, por meio de exames de sangue, raio-x de tórax, eletrocardiograma, e avalie os riscos cirúrgicos, por meio do histórico individual. “O paciente também é responsável pela sua segurança, e não deve omitir qualquer sintoma prévio, evitar medicamentos que interagem com os anestésicos, fazer todos os exames solicitados e seguir à risca as orientações do seu médico”, pede o Dr. Ricardo Cansanção. E é bom lembrar: não é possível ter absoluta certeza da formação de queloides. “Eles podem acontecer em pessoas que já tem um histórico, por isso a conversa antes da cirurgia é importante. O paciente precisa ser franco com o médico e dizer se já percebeu que sua cicatrização é ruim ou não. Peles negras têm mais disposição para queloides, porém, tudo depende do histórico”, diz o Dr. Alexandre Barbosa.

10 – A IDADE PESA
Quanto mais velho o paciente, maiores os seus riscos de complicações e menos invasivos devem ser os procedimentos. “Não podemos esquecer que a cirurgia é uma agressão ao corpo, onde há perda de sangue e líquidos. Por isso, é importante tomar cuidado com cirurgias associadas e não ter pressa para obter resultados. É preciso ter consciência de que se for necessária mais de uma internação para realizar todos os procedimentos desejados, não há problema, isso pode ser feito dentro dos intervalos recomendados. Lembre-se sempre: a pressa é inimiga da perfeição”, ensina o Dr. Rodrigo Otávio Carbone.

11 – A ESTRUTURA É FUNDAMENTAL
A operação deve ser realizada em local adequado e compatível com o procedimento proposto, geralmente num hospital ou clínica que preencha todos os quesitos de segurança. “Uma cirurgia plástica nunca deve ser feita em um consultório. Há necessidade de uma equipe completa e de qualidade, composta por anestesistas, auxiliares e instrumentadores, presente no ambiente cirúrgico. E a cirurgia só pode ser realizada por um médico habilitado para tal”, ressalta o cirurgião plástico Dr. Gustavo Merheb.

12 – RISCOS EXISTEM
“Todo procedimento cirúrgico está sujeito a risco, e com a cirurgia plástica não é diferente. O que devemos ressaltar é que o paciente procure sempre um médico de confiança e que siga à risca o pós-cirúrgico, pois é um período importante, onde é proibido fazer esforço físico e há privações”, conta Alexandre Barbosa. “Só se deve indicar a cirurgia estética quando o risco para o paciente é mínimo”, complementa o Dr. André Eyler. O médico, no entanto, lembra: “não existe risco zero. Estatisticamente é mais perigoso andar de automóvel do que se submeter a uma cirurgia plástica, dentro de condições adequadas, é claro”.

13 – É PRECISO PENSAR NO DEPOIS
Prepare-se para o pós-operatório. Fatores como dor e desconforto, por exemplo, variam para cada tipo de operação ou associação cirúrgica. “O que mais percebo lidando com meus pacientes é que a dor é mínima ou inexistente. Mas uma queixa constante é o desconforto. Neste período, existem algumas restrições de movimento e os pacientes estão inchados. A grande ansiedade, percebo, está ligada ao retorno às atividades físicas e ao trabalho. Mas, em geral, em 30 dias, no máximo, tudo volta ao normal”, fala o Dr. Gustavo Merheb.

14 – LIDANDO COM A ANSIEDADE
“Lidar com a ânsia de ver o resultado definitivo, que pode levar semanas ou meses para aparecer, acaba sendo a maior dificuldade para as pacientes. É preciso se controlar e seguir as orientações médicas”, alerta o Dr. Ricardo Cansanção.

15 – PACIÊNCIA PARA RECOMEÇAR
“Restrições como não realizar atividade física por pelo menos 45 dias (dependendo da cirurgia), não dirigir, dormir de barriga para cima, usar cinta elástica… São pequenas atitudes que parecem simples, mas só depois da operação é que o paciente sente na pele o quanto podem ser difíceis, por isso é importante estar ciente de tudo o que virá. Outro fato que alguns médicos esquecem de comentar com o paciente é o incômodo do primeiro banho após a operação: como ele ainda está um pouco enfraquecido por causa da perda de sangue, a pressão tende a cair”, revela o Dr. Rodrigo Otávio Carbone.

16 – INCÔMODO & CIA
No pós-operatório, além de desconforto, equimoses e edemas podem surgir. O excesso de calor também é uma dificuldade a ser vencida, pois com o uso da cinta, o paciente poderá se sentir desconfortável. Os curativos também são um capítulo à parte, já que devem ser trocados a cada dois dias.

17 – CONFIANÇA É A BASE
Saiba exatamente o que quer mudar no seu visual e porque quer fazer essa mudança! E sempre procure um médico que esteja habilitado para realizar o procedimento escolhido. A confiança será construída a partir daí, da relação que será desenvolvida entre paciente e especialista. “Caso você não sinta a confiança necessária no seu médico, procure outro, até achar um que lhe ajude a se sentir seguro”, fala o cirurgião plástico Dr. Gustavo Merheb. Afinal de contas, você estará colocando sua vida nas mãos da equipe deste profissional. Confiança e segurança andam juntas!

18 – DE OLHO NA BELEZA… E NA SAÚDE
“Não se submeta a uma cirurgia à toa. Ela deve ser parte de uma necessidade. Não existe cirurgia plástica puramente estética. Toda cirurgia tem uma função reparadora e de promoção de saúde e bem-estar. O principal fator de confiança é sentir segurança na equipe médica. O paciente deve procurar um cirurgião que ele confie, e não o que cobra mais barato”, diz o cirurgião plástico Dr. André Eyler.

19 – SEM MEDO DA ANESTESIA
O cirurgião plástico Ricardo Cansanção afirma que todo tipo de anestesia hoje oferece segurança, desde que seja aplicada por um médico anestesiologista, em ambiente hospitalar. “Tirar as dúvidas sobre o procedimento é importante, bem como conhecer a equipe e fazer a consulta pré-anestésica”. O cirurgião plástico Rodrigo Otávio Carbone concorda: “a anestesia, apesar de despertar grande receio por parte dos pacientes, não deve oferecer grande temor. O anestesista da equipe avaliará o paciente antes para que, em conjunto com ele, decidam qual a melhor técnica a ser utilizada (geral, peridural, sedação) e informar todos os procedimentos que serão feitos.” Em geral, é utilizado um pré-anestésico que irá fazer o paciente relaxar, amenizando a ansiedade pré-cirúrgica.

20 – UM BOM ESPECIALISTA
Ao escolher um médico, leve em consideração dicas de amigos e o site da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (www.cirurgiaplastica.org.br). “A empatia que será desenvolvida com o profissional depende de uma série de fatores. Isso não irá garantir perfeição ou risco zero, mas é a melhor e mais segura forma de se começar!“ aconselha André Eyler. O Dr. Ricardo Cansanção concorda e acrescenta: “procure um médico por indicação, sempre. Nunca escolha por preço, nem caia nas tentações das novidades da moda”.

21 – CONTROLE SEU CALENDÁRIO
Submeter-se a uma cirurgia plástica envolve muito mais do que a escolha do médico e o pós-operatório em si. Após o procedimento, você deverá ficar em casa de repouso para não colocar em risco o resultado da sua plástica e ficar com cicatrizes disformes. Por isso, antes de marcar a data, converse com seu médico para saber qual o período que deverá ficar afastada das suas responsabilidades e agende suas férias.

22 – TUDO ISSO VALE A PENA
A partir do momento em que todos os pré-requisitos foram preenchidos, já houve tempo suficiente para conhecer os detalhes, para adequar as expectativas, estando os exames checados, as dúvidas esgotadas, nada impede que você venha a ser submetida ao procedimento! E que fique absolutamente feliz com ele.
Por Carmen Cagnoni